sábado, 24 de abril de 2010

Abril 2010




Gemidos

Da bolanha
Sinto o cheiro
Do abrigo
A solidão
Dos amigos
Saudades
Das partidas
Emoção

Da tabanca
A humildade
Da bajuda
Servidão
Da criança
Sem maldade
Cavando na guerra o pão

Sinto o pavor da picada
Das minas
Sinto terror
Angustia da emboscada
Do Napal
Sinto o odor.
Do obus
Sinto o troar
Das balas o seu zumbido
Da morna o balançar
Do paludismo
O gemido.

Não sei bem
Porque lutámos
Tento enxergar
Não consigo
Hoje sinto-me
Enganado
Sinto
Sinto
Sinto
Sinto ….

Fialho
Set/98



domingo, 18 de abril de 2010

1º Cabo Raposo

Dito por Joaquim Mexia Alves

Meu caro Fialho

Obrigado por esta tua mensagem.

Confesso que tenho uma vaga ideia desta história mas que não sei se foi provocada pela leitura ou por realmente me lembrar.

Não tenho dúvidas que seria uma atitude minha! Disso não tenho dúvidas!

O médico não era um individuo "gordo", que era julgo eu de Guimarães, (talvez Ferreira), e tinha uma pequena Honda?Se era esse, era realmente um individuo excepcional com quem eu me dava muito bem.

Lembro-me por exemplo que o Alferes Mendes que estava comigo na C. Caç 15, tocava clarinete.

Essa cantina seria a da C. Caç. 15?
Confesso que o meu período de Mansoa é aquele que mais dificuldade tenho de recordar, muito provavelmente porque estando em fim de comissão, a minha cabeça já estava "aos caídos", depois de uma temporada de quase 9 meses no destacamento de Mato Cão.

Quando vires que há o almoço do blogue do Luís Graça e se puderes, inscreve-te, (sou eu que organizo), e assim podemos lembrar-nos de todo esse período.Virei visitar o teu blogue de quando em vez.Abraço amigo doJoaquim Mexia Alves

9 de Março de 2010 09:23

Caro Mexia Alves,

Nada melhor que um Domingo á tarde meio chuvoso para recordar as nossas peripécias em Mansoa.

Escreveste tu que: “Confesso que tenho uma vaga ideia desta história mas que não sei se foi provocada pela leitura ou por realmente me lembrar.”

E eu se escrevi o que escrevi, foi porque um belo dia a deambular pelo meu Alentejo profundo na descoberta de azeite, azeite daquele de lagar, fiz tudo bem feito menos ter levado vasilhame apropriado para transportar o azeite, isto antes da existência da ASEA, agora em vez de azeite tens oleo de beterraba, por ai…mas voltando ao azeite, indicara-me uma lojeca ao cimo da rua, isto em Beringel onde vendiam os garrafões que necessitava. Entro na loja meio despassarado como sempre e… e de imediatos caí nos braços do nosso amigo Raposo o tal da bebedeira medonha que mesmo a mijar sentado caiu para o lado e deu origem á historia contada abaixo.

Ele fez o favor de me contar o que se lembrava e eu fui-lhe recordando já que ele bêbado como é obvio não se lembrava do pormenor. Dai, a historia ter alguma veracidade…

A cantina não sei se era a da C. Caç 15 era uma cantina que ficava entre duas casernas e em frente aos escritórios da CCaç 4641 a minha companhia.

O nome Mendes como a mota Onda diz-me alguma coisa, mas também não sei se o Medico era este. Sabes que mais??? Ser velho é uma merda eheheheh

Mexia um grande abraço e vai escrevendo alguma coisa.

Ao Raposo, onde quer que esteja um GRANDE bem HAJA