sábado, 6 de março de 2010

Mexia Alves...

Hoje ao vaguear pela grande estrada da informação, na tentativa de ouvir uns faduchos dei de caras com estes vídeo que me trouxe de imediato á memoria a nossa passagem por Mansoa/Guiné.

Mexia Alves , pelas mais variadas razões, era do tipo de individuo que não passava despercebido. Um belo dia do alto do seu elevado porte, patente ( alferes) e vozeirão…tentou identificar um grupo que fora de horas cantava alentejano, perguntando quem era o mais graduado, como pensávamos que fosse para apanharmos uma porrada, éramos todos soldados rasos…como é óbvio, não conseguiu identificar ninguém.
Fazendo parte do tal grupo, passados uns dias dou de caras com o Alferes Mexias e como não gosto de trazer coisas mal resolvidas, pergunto: Alferes afinal o que queria do grupo??? Responde ele: O nosso Alferes/Tenente medico faz anos e gostava que vocês fosse á festa para animarmos aquilo…resposta pronta, fazem parte do grupo, eu ( o Fialho) , o Raposo, e o outros agora já não me recordo.
Combinamos, no dia marcado lá estávamos e o resto é fácil de adivinhar, muita comida, bebida ás carradas até que: O nosso amigo Raposo já estava cheio até aos olhos e necessitava de mijar.
A cantina onde tudo se passou, era a cantina que ficava em frente do escritório da nossa Companhia.
Como habitual, existiam valas para o caso de ataque nos protegermos, essas valas eram circundadas por garrafas de cerveja com o gargalo enterrado. Conto este pormenor para se perceber o que quero contar a seguir.
O Raposo estava tão bêbado que não conseguindo passar a vala, sentou-se e começou a mijar sentado, mas a magana era tal que caiu para o lado e bateu com a cabeça de lado numa das garrafas que por azar estava partido. Como é obvio, uma ferida enorme, os médicos e enfermeiros em plena festa, bêbados??? Hummm …não acredito, mas tínhamos de tratar do desgraçado.
Resumindo, o Raposo foi cozido, ficou com uma cicatriz tipo, bola de futebol das antigas, ao Fialho calhou-lhe segurar na caixa das compressas e passado o susto tudo ficou bem, apesar do Raposo dar pinotes ao ser cozido a frio.

A haver culpados…só podiam ser um, O Mexia Alves, porque se não nos desassossega o nosso amigo Raposo, já falecido, não tinha mijado sentado e tão pouco tinha caído para o lado.

Mexia Alves, obrigado por nos teres desassossegado, porque sem ti não tinha esta história para contar 36 anos depois.
Se passares por aqui e te recordares de alguma coisa, deixa aqui o teu testemunho.

1 comentário:

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro Leandro Fialho

Obrigado por esta tua mensagem.

Confesso que tenho uma vaga ideia desta história mas que não sei se foi provocada pela leitura ou por realmente me lembrar.

Não tenho dúvidas que seria uma atitude minha! Disso não tenho dúvidas!

O médico não era um individuo "gordo", que era julgo eu de Guimarães, (talvez Ferreira), e tinha uma pequena Honda?

Se era esse, era realmente um individuo excepcional com quem eu me dava muito bem.

Lembro-me por exemplo que o Alferes Mendes que estava comigo na C. Caç 15, tocava clarinete.

Essa cantina seria a da C. Caç. 15?

Confesso que o meu período de Mansoa é aquele que mais dificuldade tenho de recordar, muiro provavelmente porque estando em fim de comissão, a minha cabeça já estava "aos caídos", depois de uma temporada de quase 9 meses no destacamento de Mato Cão.

Quando vires que há o almoço do blogue do Luís Graça e se puderes, inscreve-te, (sou eu que organizo), e assim podemos lembrar-nos de todo esse período.

Virei visitar o teu blogue de quando em vez.

Abraço amigo do
Joaquim Mexia Alves