sexta-feira, 25 de abril de 2008
25 de Abril, 34 anos depois.
Sem precisar rigorosamente onde me encontrava no dia 25 de Abril de 1974 e, enquanto vejo na RTP figuras como Vitor Alves, Samuel ou Francisco Fanhais, sei que estava na Guiné, mais propriamente em Mansoa. Mansoa que dá nome a este blog.
Como era telegrafista, movimentava-me completamente á vontade nos meios das telecomunicações, dai e, depois de ter percebido que o movimento das caldas tinha falhado foi com alguma confiança que percebi que desta era de vez. Se na altura percebia alguma coisa.
Hoje pensando que penso, fico de boca aberta quando vejo o sistema estabelecido, parido da revolução…opulentamente comemorar o 25 de Abril de 2008 com a rectificação do tratado de Lisboa via parlamentar, quando tinham prometido referenda-lo.
Dito assim, só que o sentimento que se tem passados estes 34 anos, é que os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, com a vantagem de podermos circular por todo o lado livremente…como se o pobre pudesse faze-lo, mas fazendo-o cada vez tem mais sistemas de segurança a controlar os seu passos, em nome da LIBERDADE.
Se esta contradição é mordaz, tornasse dolorosa quando quem lida com ela a seu bel-prazer são forças politicas vinda da área política cujo espírito do 25 de Abril deviam intrinsecamente fazer parte do seu programa politico, mas não (PS).
Assim:
Vampiros
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Zeca Afonso, claro
Será que este poema passados todos estes anos não continua actual??? Esse é o meu receio.
Só pelo facto de ter-mos sido dos últimos militares a alimentar a guerra, VIVA ABRIL, 25 de Abril sempre
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