domingo, 28 de outubro de 2007
Gemidos
Da bolanha
Sinto o cheiro
Do abrigo
A solidão
Dos amigos
Saudades
Das partidas
Emoção
Da tabanca
A humildade
Da bajuda
Servidão
Da criança
Sem maldade
Cavando na guerra o pão
Sinto o pavor da picada
Das minas
Sinto terror
Angustia da emboscada
Do Napal
Sinto o odor
Do obus
Sinto o troar
Das balas o seu zumbido
Da morna o balançar
Do paludismo
O gemido
Não sei bem
Porque lutámos
Tento enxergar
Não consigo
Hoje sinto-me
Enganado
Sinto
Sinto
Sinto
Sinto ….
leandro
Set/98
domingo, 21 de outubro de 2007
O antes e o depois
O antes, poucos dias depois de chegarmos ao Comuré , onde transparecia toda inocência dos nossos 20 anos e, a plumagem de periquito era evidente. .
O depois, depois de perceber que a morte lidava connosco a seu bel prazer.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
25 Abril 25 anos
Porque este espaço é lazer...
Fiz da Chaimite, um arado
E da granada um pião.
Da G 3, fiz um cajado.
E do cravo uma nação.
Da mochila, fiz sacolas
Do inimigo um irmão,
Dos quartéis eu fiz escolas,
Do desperdício fiz pão.
Fiz do Racal a guitarra,
Do gemido uma canção.
Do abutre uma cigarra
E da caserna, um salão.
Dos hélios fiz ambulâncias,
Das bases fiz hospitais.
Da guerra fiz tolerância
Dos namorados casais
Dos soldados fiz poetas.
Deputados, vendedores,
Serralheiros, escriturários,
Bancários e professores
Abril/2000
Estes versos foram musicados pelo C.Emanuel do Grupo OCDM de Monchique
Fiz da Chaimite, um arado
E da granada um pião.
Da G 3, fiz um cajado.
E do cravo uma nação.
Da mochila, fiz sacolas
Do inimigo um irmão,
Dos quartéis eu fiz escolas,
Do desperdício fiz pão.
Fiz do Racal a guitarra,
Do gemido uma canção.
Do abutre uma cigarra
E da caserna, um salão.
Dos hélios fiz ambulâncias,
Das bases fiz hospitais.
Da guerra fiz tolerância
Dos namorados casais
Dos soldados fiz poetas.
Deputados, vendedores,
Serralheiros, escriturários,
Bancários e professores
Abril/2000
Estes versos foram musicados pelo C.Emanuel do Grupo OCDM de Monchique
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
O Barbeiro
No almoço anual de 2005 realizado a 10 de Setembro , organizado p´lo mê mano Chico Grazina em Beja, surgiu esta historia de entre algumas que com o avançar deste espaço surgirão.
No almoço anual de 2005 realizado a 10 de Setembro , organizado p´lo mê mano Chico Grazina em Beja, surgiu esta historia de entre algumas que com o avançar deste espaço surgirão.
Quando da chegada do pessoal, cumprimento daqui, conversa dali, chega o Varela, corneteiro de formação militar e, Barbeiro por empurrão, sim por empurrão.
Quando o chamei de Barbeiro…
- Vai ele e diz, ai é?? Fui barbeiro por tua causa.
Então ?? Perguntei eu.
A companhia estava completa…apenas faltava um barbeiro.
A companhia estava completa…apenas faltava um barbeiro.
O Capitão Fernandes, forma a companhia e informa: meus amigos, a companhia para ficar completa, falta apenas um barbeiro, o que quer dizer que de entre nós temos de se encontrar um Barbeiro.
Quem for barbeiro…dê uma passo em frente.
- O nosso amigo Varela que estava desatento, formado no lado direito do Fialho , leva um empurrão deste, claro e, fica sozinho na frente da companhia . Imediatamente a seguir, sem que o Varela se apercebesse o que se estava a passar, o Capitão anuncia…. Está encontrado o nosso barbeiro.
O Varela, puto de 18 anos , voluntario, ficou á rasca. O pintas do Fialho, caladinho que nem um rato e….O Capitão ciente da destreza e capacidades do novo artífice, dispõe-se a ser o primeiro a cortar o cabelo.
Resultado, o pobre do Varela suava e tremia que nem varas verdes e…Sabem onde foi a primeira, certeira e profissional tesourada??? Não sabem não…numa das orelhas do Capitão …se não foi, andou lá perto, já que do corte de cabelo, nem vale a pena falar.
Esta é a historia do barbeiro da C.Caç 4641. Barbeiro... que está ao centro na foto abaixo .
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Eu depois de perceber o que era a guerra
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Preambulo
Quando me propus (criar) este blog, foi no sentido de ir colocando neste espaço as pequenas historias, que sem serem de bravura
preencheram a minha, como as vidas de muitos jovem da C.Caç 4641, em Mansoa na Guiné.
Nem sei se sou capaz, nem tão pouco se o que tenho para contar faz sentido…
No decorrer de um dos nossos muitos almoços anuais, surgiu a ideia de se criar um espaço, na grande estrada da informação onde nós possamos encontrar e, partilhar historias e imagens da nossa , passagem pela guerra.

Nem sei se sou capaz, nem tão pouco se o que tenho para contar faz sentido…
No decorrer de um dos nossos muitos almoços anuais, surgiu a ideia de se criar um espaço, na grande estrada da informação onde nós possamos encontrar e, partilhar historias e imagens da nossa , passagem pela guerra.
Vamos chamar-lhe assim, porque de guerra se tratou.
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